Os Ciganos em Umbanda
São entidades que há pouco tempo ganharam força dentro do ritual de umbanda. Erroneamente no começo eram confundidos com entidades espirituais que vinham na linha dos Exus, tal confusão se dava pela apresentação de algumas ciganas se apresentarem como Cigana das Almas ou como Cigana do Cruzeiro ou coisa desse tipo.Hoje o culto está mais difundido e se sabe e se conhece mais coisas sobre o povo cigano.
Não tem na Umbanda o seu alicerce espiritual; se apresentam também em rituais Kardecistas e em outros rituais do tipo mesa branca. Estão em Umbanda por uma necessidade lógica de trabalho e caridade. Encontraram em Umbanda o toque dos atabaques e passaram a se identificar com os toques e com os pontos a eles cantados.
Tal aproximação se deve ao fato da necessidade da adaptação ao culto que hoje mais se identificam e se apresentam. Povo muito rico de estórias e lendas, foram na maioria andarilhos que viveram nos séculos XIV, XV e XVI. Alguns presenciaram fatos históricos do tipo queda da bastilha na França antiga e destrono de reis famosos como Luís XV.
Vivem em grupos, e não tem destino nem caminho certo. São amantes das aventuras que tais situações podem trazer; erroneamente são confundidos com vagabundos e pessoas pouco dedicadas ao trabalho. Tem na sua origem o trabalho com a natureza, a subsistência através do que plantavam e o desapego as coisas materiais.
Dentro de Umbanda seus fundamentos são simples, não possuindo assentamentos ou ferramentas para centralização da força espiritual. São cultuados em geral com imagens bem simples, com taças de vinho, doces finos e cigarrilhas doces. Trabalham também com as energias do Oriente, com cristais, pedras energéticas e com os quatro sagrados elementos da natureza.
Tem em Santa Sarah de Kali as orientações necessárias para o bom andamento das missões espirituais. Não devemos confundir tal fato com Sincretismos, pois Santa Sarah é tida como orientadora espiritual e não como patrona ou imagem de algum sincretismo.
São comemorados no dia 24 de maio, dia de Santa Sarah.
Tem o Cigano Wladimir como um dos grandes chefes de tribo deste povo.
Sua saudação em Umbanda é ARRIBABÔ, ARRIBA!!!
Ao longo do tempo, após sua chegada à Europa, os ciganos foram acusados de toda
espécie de crime pelas populações sedentárias, que não entendiam como um povo poderia viver com tanta liberdade, sem apego a uma terra determinada.
Além disso, da admiração inicial, fomentada, principalmente pelos líderes religiosos,
iniciando-se pelo Arcebispo de Paris, quem primeiro ligou os ciganos à bruxaria, os
ciganos passaram a ser vistos como verdadeiros inimigos da fé cristã, que contra eles
lançou um processo sistemático de perseguição e destruição.
As lendas que ligam os ciganos aos sofrimentos da Sagrada Família, da morte das
crianças em Belém, da traição de Judas e do roubo do quarto cravo foram criadas com o
fim específico de jogar contra esse povo a ira cristã, já que essas lendas não resistem à
mais superficial análise histórica, tratada com a seriedade com que foi elaborada a
pesquisa lingüística que determinou a origem desse povo.
Assim, além dessas lendas infames e destinadas a desacreditar os ciganos, outras
acusações foram sendo acrescentadas. Bruxaria, feitiçaria, canibalismo e outras barbaridades foram atribuídas aos ciganos, enquanto eram sistemática e metodicamente
perseguidos.
Esse comportamento ainda hoje persiste. Os ciganos ainda são relacionados a tudo de
ruim que possa acontecer numa comunidade e sua chegada muitas vezes é motivo de
reações até violentas da parte de cidadãos menos esclarecidos.
Associam-nos ainda a roubos, desastres naturais, como ventanias e tempestades, além
de toda sorte de trapaças e falsificações.
Na raiz de tudo isso encontra-se o fato inegável de que ciganos e gadjos têm modos
diferentes de encarar a vida. A ignorância é a principal causa desse tratamento dispensado pelos sedentários aos ciganos, pois não conseguem compreender esse estilo de vida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário